VENDAVAIS
45 anos depois de seu legendário LP de estreia, a AVE SANGRIA lança VENDAVAIS, novo álbum de inéditas, disponível em todas as plataformas digitais a partir de 26 de abril.
A edição em vinil sai no segundo semestre.
Referência para diversas gerações de artistas pernambucanos - com destaque nas trilhas sonoras de filmes brasileiros recentes como Aquarius (2016) e Rasga Coração (2018) -
e cultuados por novíssimos fãs que descobriram a banda via internet, os integrantes originais MARCO POLO (voz, composições), ALMIR DE OLIVEIRA (voz, guitarra base, composições) e PAULO RAFAEL (guitarra solo e viola) se reuniram em 2014 para traçar novos planos de voo. De volta aos palcos, o trio revirou o baú do tempo e de lá saíram diversas canções inéditas, compostas no período de 1969-1974.
As onze músicas do álbum mantém a proposta inicial da banda: unir o rock com ritmos nordestinos, mesclando a linguagem psicodélica com sonoridade contemporânea: “O repertório do novo álbum persegue as características recorrentes do grupo; do divertimento escrachado à morbidez de temas sombrios, da crítica social implacável ao mais delirante psicodelismo, da agressividade do rock pesado ao lirismo acústico das baladas” – diz o cantor Marco Polo. O álbum foi gravado ao longo de 2018, com produção de Juliano Holanda e Paulo Rafael.
FAIXA A FAIXA
O POETA
Vejam:
O poeta suicidou-se de repente
Deu um teco e já estava demente
Quando anunciou:
Não te iludas mais, criança
Antes que tenhas tempo pra correr
Já estarás Na pança de um aparelho de TV
Tudo está perdido
A inocência corrompeu-se por um prato de feijão com arroz
Eu tenho medo
Por mim e por vocês
E pelo que vem depois do fim deste mês
Vejam:
O poeta suicidou-se de repente
Deu um teco na e silenciosamente
Nos abandonou
SOBRE
“A inocência corrompeu-se / por um prato de feijão
com arroz” – dispara Marco Polo em “O Poeta”.
A letra poderia ter sido escrita hoje: “O poeta suicidou-se
de repente / Deu um teco na ideia e já estava demente quando anunciou: Não te iludas mais, criança / Antes que tenhas tempo pra correr / Já estarás na pança de um aparelho de TV”. Ou de uma rede social.
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SILÊNCIO SEGREDO
Silêncio segredo
Nada demais, tudo simples
Eu quero tudo de novo
Todos de novo
Silêncio segredo
Nada demais, tudo simples
Apenas nem tudo está legal por aqui
Embora eu continue forte
Como um caniço, ou quase isso
Será que você vê
No meio do lixo está o molho
No meio da sala está o olho
Flutuando e mágico
Silêncio segredo mistério
Nada demais tudo simples
Se for preciso, mas muito preciso mesmo
Um passo, dois, três vá lá atrás
Mas é melhor aguentar a barra
SOBRE
“Silêncio Segredo”, de Marco Polo e Almir Oliveira, cantada por este, trafega entre a ação libertária e a resignação em tempos bicudos: “No meio da sala está o olho / Flutuando e mágico / Silêncio segredo mistério / (...) um passo, dois, três vá lá atrás / Mas é melhor aguentar a barra”.
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VENDAVAIS
Vendavais
Rodopiando a cabeleira verde dos canaviais
Girassóis
Girando o sol despenca feito fruta morena
A carne morena entre os lençóis
Saia dessa errada
Dessa rua enlameada
Dessa estrada estacionada
Que leva do nunca ao nada
Saia dessa vida
Que vai e volta e não fica
Dessa eterna falta de novidade
Insanidade
Parta para o tudo
Quebre tudo ao redor
Toda fôrma e forma
Dos que dizem: Isso é melhor
Melhor é escolher
O que você quer ser
Mesmo que não seja
O aprovado pelo status quo
Lá no meio da sujeira
No lado do lodo escuro
(No lodo do lado escuro)
Está o muro da intolerância
E da miséria. É sério!
Isso é verdadeiro!
O ser humano conseguiu
Tornar o mundo nesse breu derradeiro!
Saia da paisagem
Dê um nó nessa viagem
Abra os olhos pra ver, pra ver, pra ver, pra ver
A vida não precisa ser tão desiludida
Mas também iludida não precisa ser